_segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

_ Pra não dizer que apenas eu reclamo dele...

oda capital tem que ter uma praça aonde o povo chega e se espanta. (…) Será um grande monumento em triângulo para mostrar o progresso de nosso país. É para causar perplexidade em quem vê.

Oscar Niemeyer



Oscar Niemeyer e Brasília: criador versus criatura

Sylvia Ficher*

Coitada de Brasília, Oscar Niemeyer não gosta mais dela. Infelizmente, não dá mais para ignorar a realidade que aí está. Infelizmente, não dá para encontrar outra explicação para o estrago que o grande arquiteto federal vem fazendo, já há algum tempo, em sua principal obra, aquela que lhe rendeu suas mais altas honrarias, aquela que lhe garantiu uma posição ímpar no ranking dos arquitetos do século XX.

Tudo começou devagarzinho, primeiro a Praça dos Três Poderes sendo comida pelas bordas com o Panteão da Pátria, predinho sem graça e sem uso, verdadeira câmara escura que só serve para atravancar o espaço e impedir a vista… O Superior Tribunal de Justiça, a Procuradoria Geral da República e o Anexo do Supremo vieram na seqüência, bem mais pretensiosos e ainda mais fora de escala, com suas formas gratuitas e suas metragens gigantescas - afinal, quantos mais metros quadrados, melhor o honorário…

E assim, de projeto em projeto, cada vez mais intervindo na escala monumental da cidade, cada vez mais rompendo a graça e elegância da Esplanada dos Ministérios, chegou a vez do Complexo Cultural da República, com sua nanica biblioteca - nanica, talvez, por conta de um inconsciente desinteresse por edifícios úteis - e sua cúpula-museu - nem tão cúpula assim, menos ainda museu. De quebra, a bela Catedral Metropolitana perdeu sua ambientação urbana e, para piorar, foi estrangulada pela gravata de concreto que lhe dá uma rampa sem rumo ou razão.

Há coisa de dois anos, uma robótica pomba - isto mesmo, uma pomba! - seria o principal elemento da praça que, segundo o arquiteto, estava faltando no Plano Piloto: a Praça do Povo. Repetindo a ausência de paisagismo do vizinho complexo cultural, a cidade iria ganhar mais um árido calçadão, mais um inóspito vazio onde desde sempre havíamos convivido sem maiores problemas com um modesto gramado… E lembremos o que fora previsto para o local por seu legítimo idealizador: um espaço desimpedido destinado a atividades ocasionais, como paradas militares, desfiles esportivos ou procissões; nas próprias palavras Lucio Costa, “o extenso gramado destina-se ao pisoteio…” (”O tráfego de Brasília”, 1960).

Ao que parece, Oscar Niemeyer se esqueceu da sua dileta pomba, aquela que, como afirmara veementemente à época, deveria ser a sua derradeira contribuição para Brasília e sem a qual o seu opus brasiliense estaria inconcluso. E parece que se esqueceu também do “povo”; agora, no mesmo local a praça será da “soberania”. Lá deverá ser erigido um prédio imprescindível, seja para o povo, seja para a soberania: o Memorial dos Presidentes. E um Monumento ao Cinqüentenário de Brasília, a ser comemorado em 2010; para que ninguém deixe de entender a sua complexa simbologia, nada melhor do que um chifre de concreto, de cem metros altura, descrito como obra de grande ousadia tecnológica… Tanta construção apenas para encobrir um estacionamento subterrâneo… De quebra, na maquete eletrônica (incidentalmente, o novo tipo de empulhação arquitetônica que nos oferece o maravilhoso mundo da informática) é contrabandeado de um antigo projeto vetado pelo Iphan por desrespeitar, em muito, o gabarito estabelecido legalmente para o local - uma altíssima cobertura curva para abrigar shows de música popular, a qual implacavelmente lembra “as curvas do corpo da mulher amada”, só que com redondinhos seios de silicone e já buchuda.

Coitada de Brasília. Afinal, apesar de tombada, há uma portaria do Iphan que autoriza tudo isso: Excepcionalmente, e como disposição naturalmente provisória, serão permitidas quando aprovadas pelas instâncias legalmente competentes, as propostas para novas edificações encaminhadas pelos autores de Brasília - arquitetos Lucio Costa e Oscar Niemeyer - como complementações necessárias ao Plano Piloto original... (Portaria nº 314, 8/10/1992, Art. 9º, § 3º ).

Tal qual o bordão de uma famosa personagem de programa humorístico, “Oscar Niemeyer pode!!“

Coitada de Brasília. Para Oscar Niemeyer, ela está aí tão somente para manter ocupado o seu escritório sem risco de concorrência. Coitada de Brasília, cujo plano piloto foi escolhido transparentemente por concurso público, agora sujeita a decisões tomadas nos gabinetes de seus governantes. Coitada de Brasília, fadada a ser conhecida daqui por diante não mais como Patrimônio Cultural da Humanidade, porém como Capital Mundial dos Unicórnios…

* Sylvia Ficher é arquiteta, doutora em História e professora do Departamento de Teoria e História da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB. (Texto tirado do site da UnB)
Por: Anatalia Araujo *** Opine: 3
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_domingo, 11 de janeiro de 2009

_ Lina Bo Bardi



Lina Bo Bardi, Achillina Bo, nasceu em Roma no dia 5 de dezembro de 1914. Estuda na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma na década de 30. Após trabalhar par Giò Ponti, na revista Domus, monta seu próprio escritório e ganha certo prestigio. Porém com a II Guerra Mundial passa por um período de poucos serviços, tendo seu escritório sendo bombardiado. Funda a revista semanal A cultura della vita, com o também arquiteto Bruno Zevi. Na mesma época Lina entra para o Partido Comunista Italiano, e ajuda na resistência à ocupação alemã.


MASP (Museu de Arte de São Paulo) - São Paulo





Em 1946 casa-se com o jornalista Pietro Maria Bardi, e muda-se para o Brasil, vivendo até seu falecimento em 1992 (no ano de 1951 naturaliza-se brasileira). Instala-se em São Paulo. Tendo como principal influência a cultura popular passa a produzir uma coleção de arte popular sempre mantendo diálogo entre o moderno e o popular. Bo Bardi busca projetar espaços inacabados que seriam preenchidos pelo uso, construídos pelas próprias pessoas.

Casa de Vidro - São Paulo



Conhece personalidades diversas da cultura brasileira como Assis Chateubriand, que oferece um projeto de um museu de arte, o MASP. No final de 1950, aceita o convite de Diógenes Rebouças, para administrar uma série de palestras. Durante esse período dirige o Museu de Arte Moderna, permanecendo em Salvador ate 1964.

MAM (Museu de Arte Moderna) - Parque Ibirapuera - São Paulo



No final de 1970 executa o SESC Pompéia, uma das obras mais paradigmáticas do modernismo brasileiro. Trabalha em outros projetos, até 1992, ano de seu falecimento, realizando seu ultimo sonho, que era morrer trabalhando, e deixa inacabada a reforma da Prefeitura de São Paulo.

SESC POMPÉIA - São Paulo




Casa Valeria Cirell - São Paulo



Por: Anatalia Araujo *** Opine: 2
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Eu:

Nome: Anatalia Araujo
Idade: 21 anos
Atividade: Estudante de Arquitetura e Urbanismo FAU/UnB ______________________________

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Morre aos 90 anos Athos Bulcão
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