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Post resposta: Arquitetura Bioclimática No ritmo que as coisas vão o futuro da arquitetura não teremos arranha-céus feitos de alumínio, ferro e muito vidro. A vanguarda da arquitetura, já em curso nas paisagens dos EUA e Europa, retoma os materiais naturais e benignos, se preocupa com estratégias para poupar água e luz, respeita a natureza e o entorno onde se insere e, sobretudo, promove o conforto sem esquecer a questão estética. Estamos passando por um processo de transição na forma de viver e ver o mundo, em que o meio ambiente começa a fazer parte do cotidiano. A arquitetura se integra nesta busca por respostas adequadas a integração do ser humano no meio ambiente, com mudanças no processo de criação e execução dos espaços habitáveis e reflexos em toda a cadeia produtiva da indústria da construção. Muitos arquitetos, engenheiros e pessoas ligadas à construção, estão incorporando esta nova forma de fazer arquitetura, baseados no conceito de arquitetura bioclimática. O conceito de arquitetura bioclimática é um pouco genérico e integra outras definições mais concretas, como por exemplo, a de arquitetura integrada, aquela que se adapta a seu ambiente físico, socioeconômico e cultural, utilizando materiais autóctones, técnicas e formas tradicionais, que favorecem a integração visual e reduzem o impacto ambiental. A arquitetura bioclimática também é conhecida como a de alta eficiência energética, porque economiza e conserva a energia que capta, produz ou transforma no seu interior, reduzindo, portanto, o consumo energético e a suposta poluição ambiental. Em geral, é uma arquitetura pensada com o clima do lugar, o sol, o vento, a vegetação e a topografia, com um desenho que permite tirar proveito das condições naturais do lugar, estabelecendo condições adequadas de conforto físico e mental dentro do espaço físico em que se desenvolve. “É a arquitetura que aperfeiçoa suas relações com o meio ambiente do entorno, mediante seu próprio desenho arquitetônico”, como diz R. Serra (1), “é a arquitetura consciente do lugar e do clima”. Arquitetura “bioclimática” denominação que carrega o conteúdo semântico de resposta humana, bios, como usuário da arquitetura, ao ambiente externo, o clima. É a arquitetura vernácula adequada ao clima, isto é, arquitetura própria de determinada região climática. A arquitetura bioclimática tem formas arquitetônicas diferentes para responder a necessidades humanas em diferentes regiões climáticas. É a arquitetura que se abre para dar entrada e absorver a energia solar em regiões ou épocas de temperaturas baixas; é a arquitetura que exclui a entrada do sol em épocas ou regiões de temperaturas altas; que atrasa a entrada do calor para as horas mais frias; é aquela que se abriga da radiação solar através da sua cobertura, ocupa a área de sombra delimitada por ela e se abre completamente para a ventilação dissipar o ar aquecido e a umidade excessiva; enfim, é a arquitetura que tira partido das condições oferecidas pelo ambiente natural para atender às necessidades básicas do seu usuário, o homem na construção de seu abrigo. A “arquitetura popular”, aquela construída pelo povo segundo suas necessidades e possibilidades, carrega fundamentos da arquitetura bioclimática. Esta arquitetura dá a resposta popular às necessidades de abrigo climático frente à escassez de recursos e de possibilidades, tecnológicas e materiais, de seus usuários. Os abrigos mais primitivos utilizados pelo homem podem ser classificados, em sua totalidade, como exemplos de arquitetura bioclimática. O uso das cavernas ou das tendas de peles de animais, ou ainda as simples coberturas de palha são exemplos despojados desta arquitetura. |
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Nascido no Chile e radicado desde 1973 na Costa Rica, Bruno Stagno tem projetado, desde os anos 1970, um número significativo de obras originais procurando, segundo o arquiteto Roberto Segre “uma resposta regional às condicionantes culturais, sociais, geográficas e ecológicas daquela área da América Central”. Bruno Stagno estudou arquitetura na Pontifícia Universidade Católica do Chile (1962/68) e na École dês Beaux Art UP6, em Paris (1969/1972). Desde 1969 a 1971, participou do projeto da igreja Firminy-Vert, de Le Corbusier. É autor de projetos de bancos, edifício de escritórios, escolas e residências, entre outros. Fundou em 11996 e dirige o Instituto de Arquitetura Tropical, na Costa Rica. É um dos percussores da arquitetura bioclimática na América Latina. Casa Rodriguez |
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